quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Martin e Eduardo lança disco com sonoridade pouco palatável ao grande público


[TEXTO Marcelo La Farina]

A combinação amizade, estrada e afinidade não poderia resultar outra coisa: chega às lojas neste mês de setembro “Dezenove Vezes Amor” (pelo selo Cornucópia Discos), o primeiro disco do projeto Martin e Eduardo, que traz Martin Mendonça e Eduardo Machado, guitarrista e baterista da banda de Pitty, respectivamente, sob uma sonoridade que o grande publico não está acostumado a ouvir.

“O lance começou há mais ou menos dois ou três anos, quando a gente ainda morava em Salvador”, conta Martin. “Eu fiz a primeira letra e melodia, mas essa música acabou nem entrando no disco. A que entrou foi a segunda que compus, mostrei pro Eduardo e gravamos meio que de brincadeira no estúdio que tem na casa dele, logo depois da primeira reforma que ele fez”.

Introspectivo e assumidamente melancólico, “Dezenove Vezes Amor” não pretende transmitir alguma mensagem em particular. “É um trabalho autoral, muito do que está no disco aconteceu de verdade comigo. Ou são histórias que ‘roubei’ de outras pessoas e se moldaram perfeitamente ao mote. É uma temática natural, sem método, algo que pediu passagem, foi posto para fora”, analisa o guitarrista.

Para quem conhece o rock instrumental que foge ao mainstream, é impossível não traçar, logo de imediato, um paralelo com a banda paulistana Eu Serei a Hiena - que, diferente de Martin e Eduardo, fica só no instrumental -, mas sem todo o peso do hardcore. “Durante o processo de composição, eu estava ouvindo muito as coisas solo do Frusciante [John Frusciante, ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers]”, diz Martin. “Na real, isso acabou me influenciando mais foi na hora de me sentir seguro para apostar em algo pouco usual, mas nem tanto musicalmente”.

“Dezenove Vezes Amor” traz nove faixas. A primeira, homônima, já tem clipe rolando na internet e na programação da TV aberta; o restante não desvirtua em muito do single, compondo um bloco uniforme de sons que tem como maior acerto o tempo de duração. Se houvesse mais duas ou três músicas, talvez fosse difícil escutar o disco de uma tacada só. Mas, para ouvidos atentos, é aí que pode estar o charme do projeto.

Os shows de Martin e Eduardo acontecem, em um primeiro momento, como abertura para os de Pitty – a exemplo do que rolou no último sábado (28), no Circo Voador, Rio de Janeiro. “Já estamos com uma banda e lá pro final de setembro faremos o show oficial de lançamento do disco, em São Paulo”, antecipa Martin.

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